Ana Candiotto e Olívia Carneiro: a experiência das juvenis de treinar com as maiores tenistas do Brasil
E o tênis feminino brasileiro segue nos proporcionando alegrias! Como disse a tenista Gabriela Cé, o que vem acontecendo é resultado de um trabalho focado e resiliente. E põe resiliência nisso! Nesta semana, em decorrência da vitória fantástica da equipe do Brasil na última etapa da Billie Jean King Cup, o país entrou para o top 20 no ranking de nações do torneio.
A INNI bateu um papo com as juvenis Ana Candiotto e Olívia Carneiro sobre a experiência das tenistas terem acompanhado o Time Brasil BRB durante os jogos no Equador. Siga lendo!
Ana Candiotto acaba de completar 18 anos. Este ano competiu no Australian Open Juniors e em dezembro de 2021 a atleta foi medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos Juniors de Cali ao lado de Juliana Munhoz.
Já Olívia Carneiro tem 16 anos e recentemente venceu o Roland-Garros Junior Wild Card Series. Assim como Candiotto, no ano passado ela fez os primeiros pontos no circuito profissional.
Como foi receber o convite para participar da BJKCup?
Candiotto: Eu não estava esperando o convite. Não sabia que iam levar juvenis para a competição. Eu estava em um torneio na Argentina quando a Roberta Burzagli, a capitã do time, disse que queria falar comigo. Ela me ligou e me contou que eu tinha sido convocada, que ela, a Confederação Brasileira de Tênis, as meninas, queriam, enfim… tiveram essa iniciativa de levar as juvenis e, nossa, eu fiquei muito feliz. Eu fiquei muito feliz mesmo! Porque acho que o sonho de toda mulher que joga tênis é ver uma Billie Jean King Cup, uma Fed Cup. Jogar, fazer parte de alguma maneira. Então, fiquei muito feliz de ter sido convocada para ajudar nos treinos, poder estar junto e aprender com elas.
Carneiro: Quando eu recebi o convite eu fiquei muito, muito feliz. Porque eu acho que é sempre uma honra para toda a atleta representar o país e ainda mais em uma competição em que jogam as profissionais. Eu nunca imaginei que iria ser chamada. Fiquei muito animada e ansiosa para viver a experiência com todas as jogadoras [Bia Haddad, Laura Pigossi, Carol Meligeni, Gabriela Cé, Rebeca Pereira] e a equipe que eu admiro muito.
E sobre a experiência de acompanhar o Time Brasil BRB, poder participar dos treinos, assistir jogo a jogo?
Candiotto: Eu cheguei em Salinas, no Equador, dois dias antes da competição começar. Treinei dois dias com todas as jogadoras. Foi muito bom treinar com elas. Elas são muito atenciosas, nos ajudaram muito. Deram dicas, perguntaram, falaram, estavam sempre disponíveis para nos escutar, independente o que. É muito verdadeiro o que elas querem passar pra gente. É uma energia muito boa. Eu aproveitei muito os treinos e também os jogos. No jogo do Brasil contra a Argentina, a Laura perdeu 7-6 no terceiro, num jogo de 3 horas. Depois a Bia virou 5 a 1. O confronto estava quase 2 a 0, foi uma doideira. Foi muito tenso. Foi um dia muito longo, a gente torceu muito, ficamos apoiando elas. Mas foi um dia muito bom! No final, na reunião, estava todo mundo cansado, mas todo mundo muito feliz. Tava todo mundo trabalhando em equipe. Os dias eram muito gostosos. Independente da hora, tava todo mundo querendo se ajudar, chegar no mesmo objetivo.
Carneiro: Ah, foi incrível a experiência. Eu com certeza aprendi muito com todo mundo que estava lá, desde as jogadoras aos treinadores, a equipe técnica, todo mundo foi muito atencioso. As meninas são muito guerreiras. Elas sempre buscaram dar o máximo de atenção pra gente e foi muito, muito legal. Eu vi elas de perto, vi as rotinas delas, vi elas saindo de buracos nos jogos e foi incrível.
O que vocês aprenderam com essas grandes atletas do tênis feminino?
Candiotto: Trabalhar o que tem que trabalhar. Se esforçar no dia a dia. É de degrau em degrau. Fazer o seu, trabalhar bem, estar disposta. Estar disposta a ouvir, estar disposta a falar, a escutar e elas são todas muito maduras, têm muita experiência e todas acrescentaram alguma coisa pra gente. Conseguimos conversar muito. Elas contaram muitas histórias, sobre jogos, enfim… Então tivemos uma troca de experiências muito boas. Só temos a agradecer a elas, por querer ter a gente lá, por ter essa iniciativa de estar próxima das juvenis. Eu acho que tem muitos países que não têm o mesmo e elas cada vez mais estão buscando fazer isso, de todo mundo se ajudar, é uma coisa que eu acho positiva. Todo mundo se ajuda, todo mundo cresce. Só tenho a agradecer à CBT, à Roberta, às meninas e a toda equipe. Foi uma semana muito incrível onde todo mundo se doou muito. Estou muito feliz por todo mundo e muito grata.
Carneiro: Acho que o que eu mais aprendi com elas foi a maturidade, porque muitas vezes eu as vi em situações que me encontro quando estou na quadra e o jeito que elas lidam é muito diferente, porque elas são mais maduras. Eu também consegui viver essa semana. Eu aprendi como é a vibe, como funciona, qual é o espírito de equipe.