A nova geração do tênis mundial brilha no US Open 2021
Primeiro a nova cirurgia de Roger Federer, que nos impactou em razão da idade do tenista associada à proximidade de uma aposentadoria. Em seguida, as dores de Rafael Nadal, cujo desempenho teve queda ao longo deste 2021, fazendo com que o tenista espanhol saísse inclusive do Top 3.
Quando estávamos trabalhando a frustração de saber que dois gigantes do tênis não estariam disputando o US Open deste ano, vem Serena Williams nos contar que também não poderá participar do Slam americano.
Três baixas extremamente sentidas, dada a importância desses atletas para o tênis mundial. Depois de 24 anos fica difícil não ver nenhum deles disputando o torneio. O que para nós, amantes do esporte, gerou uma incerteza: esta edição do US Open vai ser tão interessante quanto as outras?
Os duelos começaram. Diante da nova geração tenística os céticos assistiram aos jogos se perguntando nostálgicos o que os gigantes lesionados fariam se estivessem no páreo. Mas não foi preciso muito tempo para perceber o quanto o esporte, assim como a vida, é cíclico e o quanto iríamos nos surpreender.
Um Carlos Alcaraz veio pra mostrar isso! Sorridente e ainda com espinhas no rosto, o espanhol de apenas 18 anos de idade surge pela primeira vez na chave principal do torneio derrubando todo mundo. Firme. Potente. O jovem se mostra um fenômeno. Nem as instruções indevidas que Stefanos Tsitsipas recebeu durante a partida contra ele foram capazes de enfraquecer o adolescente, que segurou a pressão como qualquer um dos gigantes faria. O tenista grego 3° do mundo acabou sendo eliminado na batalha que Alcaraz classificou como a mais importante de sua vida.
A audácia boa da idade fez o jovem se igualar a Pete Sampras, que em 1989, com a mesma idade que Alcaraz tem hoje, alcançou as oitavas de final do US Open.
Traído pelo corpo, Alcaraz, abandonou a disputa por uma vaga na semifinal do Slam nova-iorquino. Todavia, o frescor da juventude continua, pois o bastão passou para as mãos de ninguém menos que Felix Auger-Aliassime.
O tenista canadense de 21 anos fez uma campanha incrível no torneio. Após a virada contra Tiafoe, ele convidou todos a repensarmos sobre o receio do novo.
Sim, Federer e Nadal são insubstituíveis! Mas assim como disse Alcaraz, que busca fazer seu próprio estilo de jogo, não querendo ser comparado a ninguém, cada jogador é único. Ainda que os grandes venham pavimentando o caminho para o futuro, uma nova geração está mostrando o quanto pode chegar ainda mais longe.
Em 12 anos, Auger-Aliassime é o semifinalista mais jovem do US Open. Quem carrega com ele a bandeira do Canadá no torneio é Leylah Fernandez, que na noite de ontem se tornou a primeira finalista da categoria de simples feminino.
Uma jornada memorável teve a tenista que derrotou com muita garra e maturidade quatro grandes oponentes, Naomi Osaka, 3°, Angelique Kerber, 17°, Elina Svitolinae, 5° e Aryna Sabalenka, 2°. O jogo de sábado será a primeira final de um Grand Slam da jovem de 19 anos de sorriso leve.
Se estivesse em excelentes condições físicas, provavelmente Serena Williams estaria nesta final. Mas a necessidade de sua recuperação deu lugar a outros espetáculos tenísticos.
A final da categoria de simples feminino não terá Serena, mas será igualmente histórica no Estádio Arthur Ashe. Como adversária, Leylah Fernandez terá Emma Raducanu, a primeira pessoa do qualifying que chega a uma final de Grand Slam!
De forma serena e inteligente, Raducanu vem sendo épica em todos os jogos dos quais participou. Com apenas 18 anos de idade, muito diferente do pânico que a fez desistir nas oitavas de final de Wimbledon, ela demonstrou desta vez não se importar com a pressão de um Grand Slam.
O interessante é que dias atrás, ela contou rindo que agendou a data de sua passagem de volta pra casa para o fim do período de qualifying do torneio.
Quando venceu Maria Sakkari na madrugada de ontem, nem ela mesma parecia acreditar no que tinha feito. Em todas as partidas que jogou neste segundo Slam de sua carreira, Raducanu não perdeu nenhum set.
A final da chave feminina de simples, que acontecerá na tarde do próximo sábado, será a primeira final jovem do US Open desde 1999, ano em que Serena Williams, com 17 de idade, venceu Martina Hingis, 18. A americana hexacampeã do torneio deve estar aplaudindo de pé o que essas jovens tenistas vêm fazendo.
Raducanu e Fernandez já se enfrentaram em Wimbledon. Na ocasião, a britânica venceu. Se fizer o mesmo em Nova York, quebrará um jejum de 41 anos de títulos no tênis para os ingleses.
A nova geração de tenistas foi o que mais marcou esta edição do US Open e certamente devemos nos acostumar a ouvir esses jovens nomes nos próximos torneios.