Delpo, um gigante do tênis
O esporte tem dessas coisas. Da mesma maneira que faz a gente vibrar em um dia, nos leva aos prantos em outro. No esporte tudo é fluxo. Nada é permanente. E como disse Rafael Nadal em entrevista recente, “(…) jogadores vêm e vão e outros jogadores virão”. Mas, dentro desse contexto há uma exceção, algo muito maior que sim, dura para sempre: os grandes feitos.
O que aconteceu na última terça-feira no Buenos Aires Lawn Tennis Club comprovou isso. Na cidade onde se consagrou Maradona, mesmo não podendo entregar tanto como antigamente, o argentino Juan Martín Del Potro saiu ovacionado pelo público no que pareceu ser sua última partida de tênis. Contra Federico Delbonis, seu compatriota, ele perdeu por 6-1 e 6-3 na estreia do Argentina Open.
Após 965 dias sem competir devido a uma grave lesão no joelho direito que Del Potro carrega desde 2018 e nenhuma das quatro cirurgias que fez foi capaz de resolver, a paixão do tenista pelas quadras sucumbiu às dores do corpo porque o alto rendimento pode ser muito ingrato.
Porém, ainda que ninguém deseje o encerramento da carreira de um atleta dessa maneira, o que fica é que Del Potro sempre foi imenso. Numa época dominada por tenistas como Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic, com seu imponente drive ele conquistou a Copa Davis, venceu o US Open (2009), Grand Slam americano, presenteou a Argentina com duas medalhas olímpicas, obteve 22 títulos e chegou a figurar em terceiro lugar no ranking mundial da ATP.
Mais que um grande tenista argentino, assim como Gustavo Kuerten, Juan Martín Del Potro é um grande tenista sul-americano! “É”, não “foi”, porque atletas que fazem história sempre “são” grandes na nossa memória.
Como desistiu de jogar o Rio Open, que ocorrerá entre os dias 12 e 20 de fevereiro no Jockey Clube Brasileiro, no Rio de Janeiro, a INNI deseja que ao se aposentar das quadras Del Potro consiga finalmente dormir sem dores.