Família Meligeni, uma jornada no tênis
Argentino demais para ser visto como um tenista brasileiro e brasileiro demais para ser considerado um tenista argentino. Foi nesse dilema que Fernando Meligeni se encontrou ainda na adolescência. Ao se naturalizar, para a nossa sorte, ele optou por representar o Brasil no tênis profissional.
Afinal, ao longo de sua carreira Meligeni nos trouxe muitas conquistas. Uma das mais significativas foi a de colocar o tênis do Brasil em quarto lugar na Olimpíada de Atlanta, 1996. Até Luisa Stefani e Laura Pigossi conquistarem o bronze este ano, o ex-jogador mantinha-se como o único a nos levar tão longe na competição.
Claro que na ocasião Meligeni não ficou contente. Ficar em primeiro lugar é o sonho de qualquer atleta em Jogos Olímpicos. Mas anos mais tarde o tenista soube usar a experiência a seu favor e encerrou a carreira com uma emocionante medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2003. O esporte é sobre superar a si mesmo.
O que o Fininho não imaginava é que triunfar diante de alguns dos melhores do mundo daquele ano como Gustavo Kuerten, Pete Sampras e Andy Roddick, além de chegar a uma semifinal em Roland Garros e ter sido um dos melhores tenistas do Brasil, influenciaria seus sobrinhos, Felipe Meligeni e Carol Meligeni, a trilharem também o caminho do tênis.
Tanto que este ano Carol Meligeni teve a melhor temporada de sua trajetória profissional. Com mais agressividade no jogo, ela escalou posições no ranking da WTA. O trabalho focado fez a tenista paulista sair do 368º lugar em simples para 246º. Ela é a terceira melhor jogadora brasileira nesta categoria. Nas duplas ela encerra o ano em 132º.
O desenvolvimento de Carol está contribuindo para que a atleta se sinta preparada para se lançar nas disputas de Grand Slams. Mirando o qualificatório do Australian Open, que começa no dia 10 de janeiro de 2022, ela espera poder conseguir uma vaga no torneio.
Diferente da irmã, Felipe Meligeni estreou este ano com tudo nos jogos da categoria simples de Grand Slams. Competiu nos qualificatórios do Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open. Infelizmente, não avançou em nenhum deles, mas mostrou que esse é apenas o começo. O campineiro n° 3 do Brasil parece ter amadurecido muito em 2021.
Felipe Meligeni está no Top 100 das duplas. Na categoria ele é 83° no ranking da ATP. Não é à toa que ao lado de Orlando Luz, com quem foi campeão em dois Challengers esse ano, o atleta fez bonito representando o Brasil contra o Líbano na Copa Davis no mês de setembro. Ao lado de Rafael Matos, venceu o ATP 250 de Córdoba, o Challenger de Como, na Itália, o Challenger de Montevideo e outro Challenger de Campinas.
Embora Fernando Meligeni tenha inspirado os sobrinhos, podemos perceber que cada membro dessa família tenística tem seu próprio caminho no esporte e já estamos ansiosos para saber o que Carol e Felipe nos reserva no futuro próximo.